quinta-feira, 24 de novembro de 2011

PELO QUAL MOTIVO JULGAMOS?


    Para o estudo psicanalítico, os indivíduos que “pré-julgam”, estão de certa forma utilizando  o mecanismo de defesa de projeção, ou seja, colocam no exterior seus pensamentos e sentimentos inaceitáveis, ou indesejáveis numa ou mais pessoas. È um mecanismo de defesa inconsciente utilizado para proteger a mente consciente de um sentimento perigoso ou vergonhoso para o indivíduo.
            Trata-se de um processo muito comum, que todas as pessoas utilizam em certa medida, mas quando usado de forma intensa e sem uma análise da situação, prejudica e empobrece o ego, uma vez que, dessa maneira a pessoa não se relaciona com a realidade mas com uma situação criada ou fantasiada por ela, “como se” fosse real.
              Como por exemplo, quando o indivíduo julga o comportamento de determinada pessoa como inaceitável, obsceno, muitas vezes tem o desejo de fazer o mesmo, mas o nega ou desconhece em si  e coloca todas as auto-recriminações deste desejo no outro.
                É de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento da personalidade, analisar esses sentimentos e pensamentos que geram ansiedade e, principalmente, culpa ( razão porque não os assumimos). Para tanto, o auxílio do profissional “psicólogo” torna-se imprescindível ao indivíduo na reconstrução de sua história e experiências emocionais, ajudando-o a discriminar o “eu” do “outro”,e ser mais verdadeiro consigo mesmo, para relacionar-se com os demais sem pré- julgamentos.

            

A Influência dos pais na vida dos filhos

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DOS PRIMEIROS PASSOS À AUTONOMIA

     
     Uma das experiências mais significativas para o bebê é sair andando... representa a conquista de um espaço e autonomia. Através dos tombos e tropeços, que fortalecem ainda mais a sua marcha, vai aos poucos adquirindo independência e habilidades. Munido de uma forte determinação e coragem, o bebê vai vencendo suas limitações físicas de equilíbrio, noção espaço-temporal, atenção, concentração....
       Ao contrário do bebê, alguns adultos poderão transformar suas experiências de quedas em obstáculos para o seu crescimento, principalmente se estas gerarem grandes frustrações e desenvolvimento de traumas psíquicos. Para outros, experiências semelhantes não surtirão efeitos negativos, isto por que, cada indivíduo tem sua própria maneira de interpretar a realidade, dependendo das experiências relacionais e das disposições constitucionais de cada um. Portanto, esta dificuldade em assimilar o “tombo” dependerá da intensidade e da variedade das experiências vividas.
         Alguns adultos, assim como os bebês mais arrojados, caem e se levantam rapidamente, outros começam a andar somente quando percebem que estão pisando em solo firme. Existem aqueles, no entanto, que a queda significa um obstáculo intransponível e somente através da ajuda de um profissional conseguirá seguir em frente.
       Nesse último caso, buscar um tratamento significa buscar uma compreensão da dificuldade em restabelecer um equilíbrio emocional, entender as dificuldades para poder assimilar internamente e assim mais integrado, interpretar a realidade sem prejuízos de julgamentos incorretos. Ficar sem apoio, aumenta a insegurança e com medo o indivíduo fica limitado para alcançar seus objetivos.                                               
           Assim, rever e analisar os bloqueios para recuperar a autoconfiança, a coragem e a determinação de um bebê que começa a andar, por exemplo, é admitir que existam novas possibilidades de conquistas e crescimento, própria de uma pessoa dotada de autonomia.
           Entender o que somos, será necessariamente mais fácil entender e aceitar o outro como ele é. Com isto, damos um passo primordial para enriquecermos internamente com as experiências, e aprendermos com elas.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

UMA CONVERSA COM AS MÃES




  Logo após o nascimento do seu bebê, as mães, muitas vezes, ficam inseguras e ansiosas, principalmente, quando não conseguem atender de imediato a demanda do bebê que chora. Também, preocupam-se, pensando qual a melhor maneira de auxiliar no desenvolvimento saudável deste.
  Convém ressaltar que a dupla mãe e bebê são naturalmente, dois seres desconhecidos e, por conta das necessidades e dependência total do recém nascido, uma relação muito intensa e íntima entre ambos, irá se desenvolver.
  Inicialmente, o mundo para o bebê é o seio da mãe.  A amamentação se sobressai na formação do vínculo, logo fazendo parte, também, as experiências do banho, do ninar, das trocas de fraldas... E com o aumento dessas experiências, mãe e bebê, como já foi dito, ficarão mais intimamente ligados. Com esta forte ligação,essencial para o bebê, a mãe conseguirá interpretar os “sinais” externalizados  por ele e, consequentemente, atender suas necessidades, tais como: fome, dor, desconforto.
  Com o crescimento e amadurecimento desse bebê, sua autonomia aumenta, sendo auxiliado pelo desenvolvimento psíquico e motor. Novas relações serão necessárias. O bebê, que era dependente em todos os aspectos, começará a explorar o meio. No entanto, ainda bastante inseguro, ao se distanciar da mãe, voltará o olhar para ela, buscando sua aprovação, retornando em breve aos braços desta, a fim de ser acolhido, para só então voltar a explorar o meio.
  Este movimento de aproximar e distanciar, sendo auxiliado pela mãe, é fundamental para a criança se sentir cada vez mais segura e capaz, para explorar um espaço cada vez maior, em busca de sua autonomia. Dessa maneira, a criança vai expandindo, seu universo psíquico e motor, sendo primordial, a presença de um adulto amoroso e reconhecidamente amado por ela.    
  Portanto, é através do que as mães sabem fazer, e encontram-se naturalmente habilitadas para tal, ou seja, dedicar-se aos cuidados do seu bebê, que poderão auxiliar no crescimento e amadurecimento deste. Assim mães, sem fórmulas mágicas, o fundamental é compreender que o crescimento e a independência se dá principalmente através de um grande e explicável vínculo dependente.
          
Um abraço a todas!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BUSCAR AJUDA É FUNDAMENTAL!

  Muitos indivíduos enfrentam experiências negativas, que provocam marcas profundas em seu psiquismo.Muitas vezes, a dor é tanta que não acreditam que alguém possa lhes ajudar. Criam sintomas que  irão refletir no seu futuro ciclo familiar. 
  Os que compartilham do seu dia a dia, do seu cotidiano, passam a conviver com uma pessoa que mascara seus problemas, não conhecendo estes, a pessoa com quem dividem o mesmo espaço. Ou melhor, conhecem sim:  os sintomas que são externalizados, através da agressividade desmedida, do pouco caso com o outro, do descuido com a casa e com si próprio, da falta de diálogo...
  Os problemas podem refletir nos próprios filhos, que estranham a cobrança insensata e demasiada, nesses casos, não raras são as discussões, criando laços familiares que carecem de companheirismo, afeto e falta de compreensão. Ou por outro lado, a cobrança pode ser nenhuma, o que, também, prejudica as relações familiares.
  Com certeza o melhor, ainda, é prevenir á remediar, ou seja, quanto antes esta pessoa procurar ajuda,mais rápido encontrará sua satisfação pessoal, o que ,consequentemente, influenciará em todas as suas relações . Pois, falando dos seus conflitos, ou perdas que geraram traumas,o indivíduo poderá ajudar também aqueles a quem tanto ama e  que buscam nesta pessoa o exemplo para a sua vida.  

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

UMA QUESTÃO DE LIMITES?

Uma questão de limites?


Um assunto muito comentado e discutido atualmente mediante queixas dos pais, escola... é a questão da falta dos limites. Para muitos a explicação de comportamentos exteriorizados pela criança através da agressividade, birra, desobediência, autodestrutividade (no caso, por exemplo, do adolescente ingerir drogas lícitas ou ilícitas) está na falta de limites.
Assim, muitos pais em meio à cobrança da sociedade (e até de si próprios), procuram qual a melhor forma de impor limites aos filhos. Até mesmo, compram manuais onde as regras estão expostas, claras, evidentes, fáceis talvez. E, com tamanha clareza das explicações, os pais angustiados se indagam: como eu não consigo educar os meus filhos?
Pensando nestas questões é que recordo com muito carinho do psicanalista di Loreto quando falava dos limites (inclusive colocava uma entonação diferente, pois não gostava desta palavra, usava “limitiss”). Explicava que na relação entre pais e filhos, falar apenas sobre a falta ou a imposição de limites de forma isolada, não esclarece a complexidade da questão. Entre pais e filhos, segundo ele, o que tem importância e surte efeitos benéficos para a criança (consequentemente para os adultos que convivem com ela) é a intimidade da relação, os pais quererem estar junto dos filhos, cuidarem sem pechinchar; é a demonstração do afeto, do carinho. Por exemplo, abrir mão de horas de trabalho para estar ao lado do filho, por inteiro.
       Esta relação amorosa vivenciada intensamente, com certeza, aumenta a confiança do filho nos pais, ajudando a criança a ter um registro de uma imagem positiva deles, contribuindo para acreditar que sempre poderá contar com esses adultos para sua sobrevivência e segurança, promovendo com isto, uma aproximação cada vez maior entre eles. Portanto, a qualidade da relação fará toda a diferença para a questão da imposição dos limites, pois para a criança será mais significativo e fácil entender, o porquê do sim e o porquê do não, vindo de alguém intimamente e amorosamente ligado a ela. Além disso, para a criança, será mais saudável assimilar e introjetar na personalidade os traços de caráter deste adulto e identificar-se com ele, havendo grandes possibilidades também, através deste processo, de vir a se tornar uma pessoa coerente respeitando o outro enquanto pessoa e consequentemente as regras.
Assim, podemos afirmar que é a partir da qualidade do vínculo, da imagem boa que os pais procuram preservar diante dos filhos, que a transmissão do que é certo ou errado,  terá grandes possibilidades de ser aceita e assimilada pela criança.
Dessa maneira, a questão a se pensar não está nos livros das regras dos “limitiss”, mas sim na capacidade de querer exercer a função de pais, levando em consideração que ser pais, implicará dedicação e atitudes de amor e respeito para  alimentar uma relação verdadeira e saudável, sem dar muita chance para críticas advindas da falta de limites, ou “limitiss”, como queiram.


NOELI SANCHEZ LISBÔA
CRP: 08/04143
Psicóloga Clínica
Telefone: (44)3226-8413 / (44)9113-5638

segunda-feira, 11 de julho de 2011

OS BENEFÍCIOS DA PSICOTERAPIA

   Em recentes palestras realizadas a alunos e professores, tive a oportunidade de observar que muitos deles desconhecem o trabalho do psicólogo e não sabem quando procurá-lo.
   Em primeiro lugar, posso dizer que o psicólogo é um profissional qualificado, que utiliza subsídios teóricos e práticos para entender o ser humano, enquanto indivíduo bio-psico-social. Auxilia a pessoa a perceber melhor as atitudes e comportamentos (que podem ter influência em experiências vividas na infância), para que possa obter um equilíbrio e agir coerentemente.
   Muitos indivíduos criam certas resistências para enxergar os seus conflitos e, na tentativa de negá-los passam a conviver com a mentira "como se" estivesse tudo bem, podendo até mesmo somatizar (passar a sentir dores de cabeça, estômago...) e ingerir remédios que tenham efeitos imediatos a sua dor.No entanto, esse sinais podem ser apenas sintomas que o psicólogo, juntamente, com o paciente irá buscar a causa para tentar saná-los definitivamente.
   Os pais,que não tiveram a oportunidade de realizar seus desejos, transferem das mais variadas formas essa frustração para o filho, as vezes, cobrando-o para que realizem seus sonhos frustrados.Com isso, a criança poderá desenvolver uma identidade difusa, tornando um adulto dependente, inseguro e sem iniciativa.Dessa forma, os pais inconscientemente impediram o desenvolvimento integral da personalidade dessa criança.
   Estes são exemplos de como problemas não resolvidos, tais como decepções, frustrações...podem deixar sequelas no indivíduo, influenciando negativamente no ambiente onde vive.
   Contudo, cabe admitir a "necessidade" do psicólogo em tentar ajudar o ser que sofre, que está angustiado, que não consegue conviver com os demais, que se sente perturbado e pertubador, que está atormentado pela culpa, que não chega a desfrutar do prazer, que nem intui a felicidade ou amor, que em seu desajuste somatiza, estrutura uma neurose ou psicose.
   Portanto, a psicoterapia é uma forma de tratamento dos problemas de natureza emocional, onde o psicólogo intercederá em padrões perturbados de conduta e, juntamente, com o paciente promoverá um crescimento e desenvolvimento positivo da sua personalidade .